segunda-feira, 19 de março de 2012

RESENHA CRÍTICA - EDNA REVOREDO (TURMA A)


CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL E SUAS LINGUAGENS
TURMA A
EDNA ALVES REVOREDO
RESENHA CRÍTICA DA OBRA DE AMANDA CRISTINA TEAGNO LOPES



Este trabalho tem como escopo, realizar uma crítica da Obra intitulada: Educação Infantil e registro de práticas. A presente obra é resultado da linha de pesquisa didática de mestrado de Amanda Cristina Teagno, publicado pela editora Cortez. São Paulo: 2009- 199p. ISBN. 978-85-249-1546-8. A pesquisadora e pedagoga mestra em Educação FE/USP é doutora pela mesma universidade. Atua como professora de Educação Infantil na prefeitura da cidade de São Paulo.
A pesquisa é constituída em quatro capítulos, ressaltados num trabalho bem registrado como o próprio livro explicita, para educadores. Parte do embasamento teórico de educadores/autores procurando (re) construir uma nova perspectiva marcada através do saber olhar e analisar os registros para melhorar a prática pedagógica com maior aprofundamento didático a serem estudados nessa prática, numa abordagem reflexiva transformadora no desenvolvimento profissional e da própria criança.
De antemão, no primeiro capítulo, a pesquisadora elucida o conceito de registro mediante a uma articulação com diferentes estudiosos, seus conceitos são manifestados na temática. O primeiro deles, Miguel Ángel Zabalta, considera que o diário do professor expõe-explica-interpreta a sua ação no cotidiano. Já Cecília Warschauer, explica a possibilidade da construção da memória e da história. Júlia Oliveira-Formozinho, diz que o registro passa pela subjetividade do autor e assim seleciona e interpreta o que será documentado. Madalena Freire explicita como um instrumento de observação e análise para reflexão da realidade observada. Por último, Paulo Freire implica o ato de ler não apenas a palavra, mas também a realidade, ler e escrever como processo inseparável e relacionado ao processo geral do conhecer, atitudes indispensáveis ao oficio docente. Nesta pauta ainda exige do educador insistentemente o processo de exercitar essas capacidades. Ler, gostar de ler escrever para capacitar o seu olhar, o seu observar que ainda não se encontra em primeiro plano de reflexão do educador, precisando esforço, interesse em experimentar essa prática que demanda tempo e espaço.

Às políticas públicas, ao projeto político-pedagógico da instituição, ao trabalho coletivo na escola – questões imprescindíveis e condicionantes do modo segundo o qual o regsitro de práticas se insere ou não no cotidiano de trabalho dos educadores. (LOPES, p40)

No capítulo dois da obra especifica e faz relações entre o registro e memória em duplo movimento, passando para uma leitura sobre os primeiros registros, revendo a história da Educação Infantil para entender esse processo.

Identificamos a história da Educação Infantil e do professor, uma história marcada pela submissão da experiência à ciência, da ‘prática’ à ‘teoria’, do professor à hierarquia de técnicos, conselheiros, dirigentes encarregados de ‘pensar’  educação. Passamos a compreender as raízes das questões cotemporâneas, analisar de forma mais crítica o movimento atual  em que presenciamos inovações, teorias e propostas lançadas aos professores e muitas vezes assumidas de forma acrítica e superficial. (LOPES, p94)   

A investigação no segundo capítulo confirma novamente o quanto o registro é produtor de memória e importante documento para compreender o processo educacional e suas questões complexas que originou os primeiros movimentos, lutas e reivindicações de tranformações além de tentativas na recuperação da memória do educador como sujeito autor da sua prática e saberes e ação. “Sem memória perde-se o sentido da existência” (LOPES, p98)

Então, no terceiro capítulo a pesquisadora articula de vários elementos como materiais situados e expressados na prática cotidiana, criando objetivos e situações novas, identificando diferentes tipos e funções de registros indo além dos formais. A obra apresenta também limitações desses mesmos registros em vários aspectos como: visto como obrigatoriedade e não como importante instrumento para a prática, isolado não integrado no projeto político-pedagógico-institucional, utilizado somente como forma de controle da ação do professor.
 Por outro lado Amanda elabora estratégias e procedimentos significativos aos diferentes elementos e suas inter-relações como o Caderno de Registro Diário, que retratam atividades desenvolvidas, objetivas, propostos narrativas de aula, observações sobre as crianças, fazendo referências em grupo, particular e individual, atividades integradas entre si. Outros elementos presentes são as intervenções e as problematizações propostas, reflexões, encaminhamentos, expressões de sentimentos, dificuldades e questionamentos. Além disso, há a estratégia de utilizar Portifólio de projetos como instrumento de registro sistematizados de artifício metodologicos refletindo a produção do conhecimento educador/aluno. Essas práticas garantem um fio condutor para uma boa elaboração de registros.

No capítulo quarto a intelectual tece suas considerações finais e reforça as palavras mágicas para os educadores crítico-reflexivo de si próprias. Ponderação desde a elaboração e pesquisa para o planejamento, encaminhamentos, romper com a ditadura da rotina para olhar, sentir, atribuir sentido e significados a cada criança, como um ser único, do singular à pluralidade social, do individual ao coletivo.
O registro possibilita assim, continuamente, esta prática que ainda tem como ponto determinante o interesse, o querer e estar disposto a fazer no tempo e espaço favorável e desfavorável de cada educador, não sendo uma tarefa fácil, mas necessária para as transformações presentes e exemplos futuros. A obra contribui para uma crítica reflexiva e a resenha crítica apenas confirma em uma idéia em que o texto aborda e exige do educador ensinando a observar, registrar como tarefa número prima do educador.

REFERÊNCIA

LOPES, Amanda Cristina Teagno. Educação Infantil e registro de práticas – São Paulo: cortez, 2009. (Coleção docência em formação. Série Educação infantil).

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